Vejo
apaixonados a germinar
em campos de sangue coalhado.Miseráveis cruzes erguem-se
onde foi sepultado o derradeiro amor.
Espigas vermelhas
marcam a alma
e o calar do tempo.
A melancolia
soa como a trovoada.
A natureza em êxtase
forja a viagem de regresso
ao indecifrável
que é a luta da paixão.
Dói a conquista dura,
tornámo-nos o extremo
de uma bebedeira acumulada
pelas excessivas sensações
que o peito não destrinça
e o cérebro sofre alterações de rumo.
Hoje, maltrapilho dos sentimentos
ergo-me
e luto contra o musgo
que as lágrimas criaram.
O que me interessa
é reinventar o sangue,
e replantar as espigas
noutra espécie de amor.
JFV
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