Caras,
que imaginam o que os espelhos sonham
soltam o enxofre que as emolduram.
O desdém do pensamento perverso
incendeia o desconhecido
enquanto sopra a fuligem do luar nos cabelos.
Poros,
que sobrevivem da cólera
quando o autêntico deixa de ser pele natural.
Ah, que não se deslumbre o suor
por ter sido encarcerado na face escura
de pessoas repetidas em carne de fogo.
Cai,
vê-me a cantar antes que o tapete de máscaras se estenda
até à borda do precipício das tavernas
onde me embebedo da dor que se reflete no disfarce
que o cio da mentira excita quando a verdade é chicoteada.
Cai,
nos estilhaços do espelho
e não me deixes respirar as cinzas
de uma moldura que já nem as trevas circundam.
Ah, o latejar de uma só cara não se esvai com o fumo...
25/06/2014
JFV
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