terça-feira, 24 de setembro de 2013

testemunha do clandestino




 Anca Sandu: separation


Todos os dias são véspera de partires,
partida para os que te abrem as portas para paisagens sem ruínas.
Queres ir só...
Conhecer o mundo independente de nós
como se a alteração que sofreram as nossas mãos
ao deixarem de estar entrelaçadas
fizesse de mim o finito
mais perto da entrada do nada
que foi tornarmo-nos testemunhas do clandestino.


Ah! Fiz de mim
o caminho que já te é alheio,
a viagem da alegria em queda,
o amor a odiar-me a existência,
a vida a ir contigo uns passos atrás,
inoportuna e ridícula com o que fiz de nós.


Aqui fico, com as mãos sublevadas
a inventar adeuses como espadas esperando por bainhas
que terão o teu nome gravado.


Ah! Como anseio aninhar-me nelas
e em riste esgrimir o passado sem este véu nos olhos.


24/09/2013


JFV