Não deitei o
tempo fora
nem caminho pelos
desertos
que aglutinam os
horizontes
em areia que
ondeia
nos pensamentos
mortos.
As horas arranham
as portas
fechadas
que mantêm a
distância
entre a ânsia do
querer estar
e a ausência que
não projecto.
Sinto falta de
sentir
como sente a
imaginação
e embarcar para
longe
despejado do que
não fiz
voando numa brisa
a contornar a
falha
do que não se
inventa
nem do que não
se cria.
Impaciento-me por
ser vadio
e me perder
quando o sonho
é um embarque no
porto
da inexistência.
Depois quando o
tempo ainda dói
e a ausência
ainda me atormenta,
recebo o que
resta da memória:
Portas abertas
por onde entram
os amigos
que me vão
construindo
com a areia que
sobrevive.
JFV
Sem comentários:
Enviar um comentário