Como me chamará o Alentejo?
Se um dia regressar
O filho de um tempo parado
Sem ter na mão um arado,
Como me chamarás?
Queria o céu,
Fugi da terra,
Fiquei entre caminhos.
Eu sim-Eu!
Ando órfão de paisagem,
Um pássaro mortificado,
De penas pretas, cansado.
Como me chamarás?
Queria o pão,
Fugi do trigo,
Cheguei a uma seara agreste.
Eu sim-Eu!
Sou uma planície vazia,
Preciso que me semeies,
Que me digas como irei.
Como me chamarás?
Queria o cimento
Fugi do barro,
Fiquei um molde inacabado.
Eu sim-Eu!
Se um dia regressar,
Como me chamarás Alentejo?
Filho?
A mim sim- A mim!
Olhão-10/02/2010
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