Homem amarelo_Souza Campus
Hoje não me peçam
palavras com sentido
Deixem-me falar com o
silêncio
O que brilha num fundo
incerto,
privado de coragem.
Hoje não.
Não me distraiam
construindo frases
que partiriam sem nada
dentro.
Deixem-me estar na capela
minúscula que construí com folhas brancas
Ajoelhado perante o poema
crucificado
enquanto rezo uns
papéis-nossos
que nunca chegarão a ver
o céu da poesia.
Hoje não
A porta da sentidos está
fechada.
Enquanto isso, voo até à
negação da escrita
e renuncio ao empenho da
pena.
Hoje não
Hoje a vontade diluiu-se
num discurso sem companhia
e numa procura que me
levou a não encontrar caminhos
que me indiquem onde
encontrar a musa do hoje sim!
JFV
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