sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Não sei como sou


JFV
Não sei como sou,
se um homem rasgado
pela vida.
Se um novo amanhecer
de outra vida perdida.
Onde encontrarei as tuas mãos
pedindo para voltar
a colocar na rosa
a pétala caida.

Não sei...

Tenho medo de regressar ao roseiral
de ser o que sempre fui para ti:
Um caso de momento
a quem deixavas espinhos
para o sangue escorrer lento
entre a tua vontade
de paixão.
Não é vermelha
como a rosa decepada,
é um desejar cinzento!

Não sei...

Os trilhos foram sendo
cada vez menos.
Sinal impeditivo
faz-me recuar,
a rosa deixou de ser incentivo.
Não, não vou colocar
na rosa a pétala caida,
a vida não é um adorno,
nem um estar sem motivo.

Não sei qual o mistério da rosa
mas já sei como coser
as partes de mim
que tinham deixado de ser homem!

JFV

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