E o alambique
apagado,
Oiço Sabina e
correm-me,
Sons pelas veias.
Palavras pelos
sentidos,
Duras como as
armas,
Que nos apontam
À triste forma
de vida.
Soam tiros
directos à revolta,
Que braços são
estes
Que cruzados nada
fazem?
Que bruma é esta
Que não nos
permite
Enxergar como a
vida...
É um alvo?
Por vezes, triste
Por vezes,
alegre.
Por vezes coisa
nenhuma.
"Magdalena"
encostada
A um candeeiro de
cigarro nos lábios.
Insegura de um
encontro pago.
Os milagres,
mesmo os de amor
Dão lucro ou
prejuízo?
Não se pode
descansar,
Tenho os olhos
abertos,
E o alambique
apagado.
Oiço Martírio e
contínuo
A injectar som
nas veias.
Palavras que
ferem,
Duras como as
armas,
Que aterrorizam
Até as alegres
comadres,
Juntas numa
esquina do presente,
Recebem notas que
não pagam nada.
Que olhos são
estes
Que abertos nada
vêem?
Que bruma é esta
Que não nos
permite
Enxergar que a
sorte
Não bateu à
porta?
Por vezes triste,
Por vezes,
alegre,
Por vezes coisa
nenhuma.
“La bien pagá”
encostada
A um muro de
murros.
Segura de que as
pernas
Não serão o
escudo da (má) vida.
Nem os milagres,
Mesmo os de amor,
Darão lucro!
Quando,
finalmente,
Tentamos
descansar,
Alguém dispara
coisa nenhuma.
JFV
Caro Amigo Jose' Vicente,
ResponderEliminarCheguei aqui pela mao da minha Maninha e SUA AMIGA,ANA! E, devo dizer que em boa hora aqui vim pois fiquei logo encantada e emocionada com este extraordinario POEMA!Ele contem todos os cambiantes que eu aprecio em poesia moderna e, LIVRE! Tem muito a ver com o meu modo de sentir e encarar o POEMA no sec. XXI. Contudo, eu sou fa (coloque o til, por favor!:))incondicional dos NOSSOS MAIORES que vai de Camoes a Fernando PESSOA passando por FLORBELA e...tantos outros! TANTOS OUTROS (Aleixo, por exemplo, Teixeira de Pascoaes e... enfim, precisava duma lista similar as paginas amarelas para lhe dizer de quantos eu GOSTO E AMO, isto so' em lingua Portuguesa!
Bom, a msg ja' vai enorme e eu ainda nao disse o principal que e'PARABENIZA'-LO em duplicado:pelo belissimo POEMA e pela a abertura do BLOG e, por favor, nem pense em fecha'-LO!
Aceite meu abraco amigo e se me permite deixo aqui outro para a MINHA MANA! :)
Heloisa B.P.
[que tambem atende por Sabina.]:)
Heloisa,
ResponderEliminarque surpresa agradável e honrosa tê-la como seguidora. Este blog existe por "culpa" da mana que me incentivou a publicar. Vou tentar não a desiludir(muito) com os rascunhos que vou pondo por aqui. Obrigado pelo comentário elogioso, ao qual não sei como responder já que não me tenho como poeta ou coisa que o valha. E não, não é modestia,é mesmo incapacidade de avaliar o que escrevo. :)
Abraço amigo,
JFV
SORRINDO!
ResponderEliminarE, caro amigo, a honra e' minha em me favorecer com Sua AMIZADE!
E, que optimo que a minha Maninha e' *CULPADA* por "empurra'-lo" a fazer tal *PLANTACAO de FLORES*****!
UM OPTIMO DOMINGO!
H.
Sem palavras, Zé Vicente... É um murro no estômago, este teu poema. Um tiro, se quisermos ser precisos, disparado lenta e progressivamente até ao impacto, esse belíssimo e poderoso final:
ResponderEliminar"Quando, finalmente,
Tentamos descansar,
Alguém dispara coisa nenhuma."
Tão doridamente belo...
Obrigado, amiga. Levamos tantos "tiros" no estômago durante a vida, que me pergunto até quando aguentaremos sem fazer uma "endoscopia" :)
ResponderEliminarBeijos